quarta-feira, 26 de maio de 2010

"Sem ar"

A  muito custo tentei fechar os olhos depois de ter sentido palavras tão frias atravessando o meu peito. Palavras que fizeram com tão simples esforço o mundo cair sobre mim.


Senti aquela dor no peito aumentar e se tornar física, tão insuportável a cada minuto que me fazia sentir o peito apertando mais e mais, até que minha habitual falta de ar me forçou a permanecer sentada. Logo minha vista já se tornara turva e pouca coisa começava a girar ao meu redor. O frio agora era um calor que fervia do meu pé até minha nuca e fazia-me sentir as pontadas no lado esquerdo da face e cabeça.

Vi tudo se estilhaçar diante meus olhos, e não pude acreditar. A dor era tão intensa que me desesperava ainda mais. Senti como se uma faca atravessasse meu peito de uma forma que me levou a um momento levantar e procurar algo pontiagudo em que pudesse sentir algo maior e menos doloroso. Procurei algo com que pudesse me matar, mais estava sem fôlego e não cheguei nem a metade do quarto. Fracasso até para ser o sufientemente capaz de me matar.

Levantei com pouco esforço, à vontade e a necessidade de fugir de tudo e até de mim mesma era enlouquecedora.
Amarrei meu cabelo em rabo-de-cavalo, relevantemente passei lápis preto no olho, troquei meu piercing.

Não consigo nem ao menos pensar em fazer o que todos falam para eu fazer, colocar um fim nisso e ser feliz, mais ainda estou submersa demais para conseguir ser feliz sem ele. Tive vontade de pegar o celular e ligar, o que logo se converteu em raiva. Quase joguei o celular na rua e derrubei o monitor da minha mesa com um murro que só em mente desferi contra o mesmo.
Comecei escrever uma carta para uma amiga, e ao ver o que havia nela com ímpeto de raiva rasguei-a, ela não merece sofrer por mim.

Já não vejo mais motivo algum em acordar e dormir. Pensei seriamente em acabar comigo mesma. Quero fugir, quero ir embora. Sei que não conseguirei quando tudo e qualquer coisa me levam ao derradeiro fim hipócrita.


 Caio, começo a entender o que você sentiu, porém amigo confesso, jamais conseguria ter a força que você teve e seguir, eu não estou conseguindo entender aonde estou e por que ainda estou respirando, você é a pessoa mais forte que já conheci, pois eu ainda prefiro morrer a negar e arrancar o que sinto de dentro de mim.



Sinceridades Ju.


William Douglas Carvalho Tolentino. EU NÃO SEI VIVER sem VOCÊ!



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