Hoje acordei com os sentidos voando alheios e meio incompletos. Segunda- feira... Quantas segundas na minha vida? Agradeço a Deus por mais uma, e tomara que ainda ajam muitas. Mesmo se for um saco. Fazer o quê?
Tem muitas coisas perdidas em meus pensamentos. Sinto-me como uma viajante. Nada levo comigo a não ser uma pequena bagagem de muitos sentimentos. Outros não são nem sentimentos, são apenas pequenas imagens. Mas que de alguma forma representam algo pra mim.
Acordei pensando em confiança. A cada dia que passa se reduzem mais as pessoas em quem eu confio, e acho que ao final restarão apenas três: Deus, minha mãe e meu namorado. Evitarei falar sobre os dois motivos que me levaram a pensar deste modo.
Hoje o velhinho que estava no ponto embora fosse um excelente fofoqueiro era muito simpático. Tomou-me um pouco de mim mesma, poupando-me das minhas filosofias particulares enlouquecedoras.
Assim que cheguei ao trabalho pela manhã vi uma colega chorando. Não teve como eu passar e nem ao menos “emprestar meu ombro”. O motivo? Fim de namoro à dois dias do aniversário de dois anos. Confesso que não quis dar conselho nenhum a ela, afinal eternamente estarei aprendendo, prontifiquei-me apenas a estar ao lado dela, e dar as palavras que a vida me escreveu custando-me também algumas lágrimas.
Foi meio difícil para mim vê-la chorando porque sei o que ela estava e está sentindo. E o medo que estava no fundo da minha pequena mala de viagem submergiu lá do fundo, e veio importunando todas as outras lembranças e imagens que estavam me rodeando como satélite. Será que um dia isso poderia acontecer com a gente? Medo de te perder... Foi isso que minha mãe disse a ele ontem. Eu e minha mãe nunca fomos tão ligadas, mas ela sabe o quão importante ele é para mim.
De imediato me deu aquela "pequena grande vontade" de correr e ligar pra ele. Não fiz isso, embora o medo e a saudade de menos de 24hs já estivessem me corrompendo. Pedir pra ele ficar comigo até a eternidade, pedir pra ele dizer que me ama, e me abraçar, seria impossível. Mesmo sendo apenas isso para me acalmar.
Não estou nem quero continuar a pensar em nada.
Essas pequenas imagens e lembranças que me rodeiam são de um calor e afeto que me amortece do medo de não o ter um dia.
Ainda vejo o olhar dele naquela noite. O jeito como tudo saiu dos planos. O jeito como tudo tão naturalmente foi perfeito. Os gestos, carinhos e lampejos de medo.
Vejo ainda a cor do pôr-do-sol no rosto dele, no final de um dia tão tumultuado. Agradeci por ele estar ao meu lado. Entristeci com o silêncio e a quietude dele no começo de outra noite.
Fico pensando no decorrer dos anos, como serão?
Me nego a continuar com pensamentos suicidas.
Continuo aqui nesta pequena estradinha de pensamentos coloridos, monocromáticos, em sépia, pequenos, grandes, redondos, quadrados. Sozinha?
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